O homem acordou com o som do pernilongo próximo ao seu ouvido. Procurou, tateando, o interruptor e acendeu a luz do abajur acima da cabeceira da cama. A luminosidade o ofuscou, fazendo-o estender a mão entre a luz e seus olhos, para protegê-los.
Ainda deitado, tentou achar o inseto que o acordara, nas paredes brancas do quarto. Foi quando se assustou com o que viu: sua mão estava coberta de manchas senis, a pele envelhecida e ressequida.
Ergueu-se imediatamente e estacou horrorizado frente ao espelho na porta do guarda-roupa. No reflexo havia um homem muito velho que repetia os seus movimentos.
Neste momento, percebeu que o tempo havia passado inexoravelmente e que ele não fizera nada do que havia sonhado para sua vida.
Acordara de fato, mas a noite já ia adiantada.

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