ROSAS


Rosa, a portuguesa – assim era chamada; Rosa como a mãe, a tia, duas primas e diversas conhecidas de origem lusitana.
A maior paixão da Rosa era o seu jardim, na verdade, um roseiral: dois pequenos canteiros em frente à casa e um estreito e comprido, na lateral. Os três com rosas, somente rosas, rosas com de rosa, cultivadas com amor todos os dias – podas, regas, limpeza, conversa, carinho, contemplação.
Rosa, viúva , sem filhos, mas com suas rosas, que correspondiam ao seu amor, brotando abundantemente, em cachos de dar inveja aos vizinhos.
– Os que eu amei na vida sei que vou reencontrar no céu – dizia. Por isso, quando morrer, ó sentirei saudades das minhas rosas.
E um dia, bem velhinha, Rosa morreu.
Em gestos espontâneos, como que combinados, os amigos foram, um a um, até seu roseiral; amortalharam-na com dezenas e dezenas de rosas de seu jardim.
As rosas acompanharam Rosa até na vida eterna.

Nenhum comentário: